domingo

Marketing no Jornalismo

Falar sobre mídia e jornalismo hoje é também falar de marketing e publicidade. A publicitária, especialista em marketing digital Isabella Ferreira e a jornalista, da rádio sintonia FM, Suzana Oliveira nos resume o que é convergência de mídias e a interação dessas áreas da comunicação.




Isabella, quais são as ferramentas da publicidade que podem contribuir também para fazer jornalismo?

Existem ferramentas na publicidade que o jornalismo também pode utilizar, por exemplo: ferramentas de monitoramento, para que você possa entender do que as pessoas estão falando e qual a reação delas com a atualidade e desta forma, construir um conteúdo de forma interessante. É possível também, utilizar algumas técnicas de SEO  fazendo assim, que o conteúdo seja encontrado de forma mais fácil, ou seja, usando palavras-chave. Desta forma, no momento que o usuário fizer uma pesquisa nos buscadores, ele encontre seu conteúdo mais fácil.”

Você poderia nos dizer como trabalhar conteúdos de forma criativa sem transformá-los em entretenimento? Há alguma forma específica de fazer o jornalismo atualmente, junto à convergência de mídias?

Acredito que a linha entre o entretenimento e o conteúdo jornalístico é muito tênue, e na verdade a maior preocupação deveria ser não fazer um conteúdo que seja sensacionalista, isso que é o grande problema”. Não vejo particularmente um problema em criar um conteúdo que seja extremamente atraente, que elas queiram buscar, que elas queiram consumir, que elas tratam de alguma forma como entretenimento, mas que se informem com isso. Atualmente tem, por exemplo, uma mídia que é o podcast, que trabalha muito nessa área de informação, pois está sempre trazendo bons conteúdos, inclusive jornalísticos, mas também e uma mídia de entretenimento. Então, você pode utilizar no jornalismo uma linguagem mais leve, mas com informação.

Eu acho que a grande responsabilidade está no conteúdo que postam, pode colocar nele sim, uma roupagem que é mais comum na publicidade para fazer com que ele fique mais atrativo e alcance o objetivo  necessário, que é fazer com que as pessoas consumam e fiquem mais informadas.

E a convergência de mídias, ela está relacionada diretamente ao marketing digital? A produção de conteúdo nas redes sociais passam por esse marketing digital?

As mídias sociais fazem parte da vida de quase todas as pessoas, já está massificado. Quase todas as pessoas  possuem um smartfone com acesso as redes, até as empresas de telefonia estão trabalhando planos que não cobram o acesso as redes por que elas se tornaram fundamentais na vida das pessoas, e com isso as redes sociais são um ponto de contato indispensável pra quase todos os meios de comunicação.

Então, com essa capacidade de penetração que as mídias digitais tem, é fundamental que ela seja usada também pelo jornalismo por que ela e uma fonte muito importante de informação, e hoje, também, infelizmente de desinformação.

E para você, Suzana, como a interação do marketing e publicidade influencia em seu trabalho na rádio Sintonia? Você utiliza ferramentas de marketing e publicidade?

Atualmente nos utilizamos às redes sociais para divulgar a nossa rádio, e uma rádio que por ser regional a gente não atinge um publico muito grande. Nosso maior público fica no facebook, no Instagram , no twitter  também estão as redes sociais aqui da rádio sintonia e grande parte desse público também acessam através dos aplicativos. Na rádio, pra fazer essa difusão, a gente tem o site, do próprio site a gente consegue fazer a pessoa ouvir a rádio ao vivo, e também faz a divulgação através de  duas formas de aplicativo pra smartfone. Então a pessoa consegue em qualquer lugar do Brasil ou fora acessar  a rádio, isso que tem ajudado bastante a manter nosso trabalho, a conseguir patrocinadores e apoiadores pra rádio por que por ela ser regional, ela não pega um público muito  grande.

O nosso maior público através da  internet, que facilita muito o nosso trabalho. A gente ao vivo aqui consegue receber mensagens dos ouvintes ou de quem está nos assistindo pelo facebook, principalmente pelo facebook mas também pelo whatsApp, as pessoas mandam áudios pedindo música, mandam áudios participando da conversa, a gente coloca também as pessoas pelo telefone ao vivo, dando informações, dando contribuição dentro das entrevistas e isso facilita muito o nosso trabalho de divulgação, divulgação também não só das lives  que a gente faz aqui na rádio mas também dos informativos, das news, a gente sempre encaminha por email, as nossas propagandas incentivando o pessoal a escutar o nosso trabalho, a conhecer o  nosso programa, a participar com a gente ao vivo.

A rádio, por ser uma rádio comunitária, ela não tem fins lucrativos, então todos os locutores que trabalham precisam ir atrás de patrocinadores. Essa forma de patrocínio e boca a boca mesmo. Vamos até o local, deixamos  número de contato, o whatsApp, mostramos  a rede social da rádio para conseguir captar novos clientes. Ao mesmo tempo em que a gente precisa de novos patrocinadores para anunciar na rádio, nós também, precisamos divulgar cada vez mais a rádio por ser como eu falei, ainda comunitária. Pra isso, como e uma rádio pequena ainda, precisa de muito apoio dos próprios locutores, e um trabalho voluntário. A gente vem aqui, faz as programações, traz as noticias e a gente correndo atrás de patrocínio a gente precisa fazer, no meu caso eu mesmo faço minhas artes gráficas, faço os cartões de visitas, faço os flyers de anúncio pra divulgar e pra trazer mais ouvintes e mais pessoas assistindo, por que a gente não tem apenas o ouvinte, a gente tem àquelas pessoas que estão nos assistindo através de vídeo, pela live. Isso e muito importante, essa convergência de mídia, tanto áudio, tanto visual, ou através da escrita também, e importante pra enriquecer o nosso trabalho, pra nos aproximar das pessoas que participam, que nos assistem, nos ouvem  de qualquer lugar do Brasil.

A convergência de mídia tem possibilitado muito a nossa divulgação, pessoas de fora do Brasil, tivemos pessoas em Portugal, pessoas na Itália sempre mandando recado pra gente, sempre ouvindo dizendo “ olha, estamos ouvindo vocês daqui”, mandam foto, vídeo então isso tem facilitado muito pra estreitar os laços e ainda fazer crescer o trabalho do apresentador e locutor de rádio. Antigamente a gente via o radialista, a gente ouvia o radialista e não sabia quem era a pessoa. Inclusive, hoje em dia há situações que as pessoas quando escutam rádio, até acreditam que tem muitas pessoas La dentro, quando muitas vezes são personagens que o próprio locutor cria, então indo de cara a tapa e mostrando o rosto nas redes sociais , mostrando os nossos vídeos as pessoas vão se inteirando mais do assunto, elas vão se aproximando mais do locutor, e isso pra gente enriquece o trabalho do radialista e do jornalista.

Adaptação do meio analógico para os novos meios digitais, e sua relação com a ética


Rafael D’Oliveira, jornalista do BHAZ, formado pela faculdade Estácio de Sá. Atua na área de jornalismo político. Na entrevista, Rafael nos conta como foi sua adaptação do meio analógico para os novos meios digitais, e sua relação com a ética.
Até que ponto você acha que vai a ética jornalística ao transformar nossas produções em produtos midiáticos?
O primeiro tópico do nosso trabalho é a ética, é a apuração, porque não adianta você publicar uma matéria rápido sem ter apuração básica, então, tem que ter a ética. Em relação ao produto, eu acho que a informação sempre foi produto, ela nunca deixou de ser produto, ela sempre foi um produto. A questão é como você lida com esse produto, você pode vender um produto de qualidade, bem apurado, com rapidez e agilidade, e pode vender um produto ruim...”
De que modo você vê o jornalismo antes das novas plataformas digitais, como o facebook, twitter e Instagram? Pode se dizer que o jornalista se importava mais com a ética e sua responsabilidade social sendo que com as redes sociais houve um grande aumento de fake news e notícias tendenciosas?
Existem veículos que surgiram com esse jornalismo digital, que fazem de maneira porca, mas também tem muita qualidade, a gente não pode pensar que o meio digital é um problema. Na verdade… é um novo meio, e as pessoas precisam se acostumar com isso. A cibercultura não vai voltar para trás, vocês não vão deixar de usar celular, não vão deixar de acessar a internet, é daqui para a frente agora, a gente tem que pensar modelos para o futuro, então, a ética tem que estar em primeiro lugar sempre. 
A desobrigação do diploma pode contribuir para a falta de ética?
Eu acho que o papel do jornalismo é importante nesse problema que a gente tem de entender o jornalismo, principalmente na cabeça da população em entender o jornalismo. Hoje em dia vemos muito jornalismo ao vivo e direto com o público, compartilhando, criticando, comentando, então às vezes vemos um pouco de dificuldade do público de entender como funciona um processo de produção jornalística, quais são os critérios que tornam o fato notícia e que não torna. Em algum momento, o jornalista vai deixar de explicar o que está acontecendo, de noticiar um fato, e vamos passar a ser professores da sociedade. Deixar de entender o que faz um jornalista faz com que as pessoas deixem de entender o que é o jornalismo.

Colunista do O Tempo conta sua visão sobre o papel dos jornalistas nas redes sociais


Para Raimundo Couto, tudo nos dias atuais ocorre em tempo real, então é necessário para o jornalista transmitir a notícia de forma rápida e que não traga Fake News

Entrevista: Sarah Rocha
Editor: Leonardo Luti


Foto: Divulgação / O Tempo.

Factual conversou com Raimundo Couto, jornalista da sessão veículos há mais de 20 anos do jornal O Tempo, de Belo Horizonte, sobre o pensamento dele de como é o posicionamento dos jornalistas nas redes sociais e quais são suas opiniões sobre a exposição diária de informações que as novas tecnologias trazem:

Factual - Como o jornalismo deve-se adequar às novas plataformas e linguagens sem que elas tornem um conteúdo repetitivo?

Raimundo Acho que a questão aqui é você falar basicamente de audiência, cada audiência requer um tipo de abordagem e um estilo de informação, então a plataforma da internet você tem que dialogar de um jeito, o jornal de um jeito, a televisão de outro jeito, youtube de um jeito, rede social de um jeito… acho que, basicamente, adequação do conteúdo ao estilo daquela plataforma.

Factual – Como você vê a convergência de mídia influenciando a maneira que as pessoas consomem informação hoje em dia?

Raimundo Acho que essa questão da convergência remete à questão anterior e para que não fique repetitivo… a mesma informação tem que ser passada de uma forma personalizada em cada plataforma porque senão você fica aquela coisa do tipo já ouvi essa mesma notícia no rádio e agora na televisão. Dependendo a televisão é uma coisa mais analítica, na internet é uma coisa mais factual, na revista é coisa mais contextualizada, e no youtube e rede sociais uma coisa mais ilustrativa.

Factual - Como ele e o trabalho dele é afetado tanto positivamente, quanto negativamente por este fenômeno?

Raimundo Fica mais trabalhoso, hoje em dia tendo em vista que os públicos são em nichos, não adianta você fazer o que as assessorias antes faziam, que era pegar um release e mandar pra todos os meios de comunicação como se isso fosse resolver o assunto e não, hoje a gente tem mais trabalho pra adaptar a informação a essas plataformas. Isso é positivo no sentido que ficou mais rico, você acaba investindo mais na história e as vezes ampliando a pauta, mas é mais trabalhoso e como as equipes estão menores você se vê trabalhando mais. A mesma informação você tem que adaptar a todos os meios.

Factual - Como o profissional vê o lado bom e o lado ruim do impacto que as novas tecnologias têm sobre as ações das pessoas no cotidiano?

Raimundo - Hoje em dia tudo é em tempo real, então ao mesmo tempo que você consegue mobilizar as pessoas de forma muito mais rápida, uma notícia hoje repercute em rede de forma imediata, ao mesmo tempo é espaço pra Fake News, porque você não tem tempo de checar essas coisas. Então, ao mesmo tempo que a informação ficou mais acessível, ela também está mais perigosa por questão da Fake News.

Factual - E como a empresa deve agir diante destas percepções de ações ruins ou boas?

Raimundo Acho que aí é a questão de ética, você tem a questão de compliance, manual de conduta, que a área corporativa deve ter e você trabalhar com profissionais sérios que não se deixem levar pela facilidade de conseguir as coisas. Você tem que olhar as questões éticas e morais, hoje o jornalista tem que cada vez mais ficar atento, porque como a notícia vem de todos os lados, você tem que cada vez mais apurar esse tipo de notícia para que a imprensa não deixe de ser um sinônimo de credibilidade, então aonde você checar essa notícia acaba sendo fundamental pra você saber se vale a pena ou não ter acesso a essa informação. Acho que as empresas têm cada vez mais responsabilidade em relação à credibilidade junto ao leitor.

quarta-feira

Em entrevista, jornalista brasileiro fala sobre as influências tecnológicas na profissão


Leonardo Dias reside em Lisboa desde 2017


Jornalista há 10 anos, Leonardo Dias já passou por importantes veículos brasileiros, como o jornal Aqui, o Estado de Minas e o Portal R7. Em Lisboa (Portugal) desde 2017, atuando na área de marketing digital, como consultor e gestor de páginas, o comunicador conversou com o @jornalistou1 sobre inovações tecnológicas e como elas se verificam no território europeu.

De uma época em que o jornalismo fazia uma transição do analógico para as mídias digitais, Leonardo observa que muita coisa mudou nesse período e que, especialmente em Lisboa, tais mudanças foram drásticas. No entanto, ele também destaca que “em Portugal, a questão do uso das novas tecnologias agregadas ao jornalismo não é tão intensa como é no Brasil hoje. Não é estranho também que você veja grandes programas, grandes veículos que sequer tem interação com seu público via redes sociais”.

Leonardo acredita que as novas tecnologias têm um papel muito importante no jornalismo atual, mas isso se forem usadas com sabedoria. Para ele, a facilidade de acompanhar as notícias em tempo real, hoje, é muito maior do que há 10, 15 ou 20 anos atrás. “Eu vejo que as mídias sociais, as grandes redes, têm uma influência muito grande no público, o que de certa forma é bom por você aumentar o leque de informações que pode chegar às pessoas”, completa.

Segundo o comunicador, notícias falsas são grandes impasses na era digital e o comprometimento com a verdade está se esvaindo. Ele ressalta que apesar de as inovações abrirem um leque de possibilidades no que diz respeito a entrega de um conteúdo mais equilibrado e completo, o poder e a autonomia que elas dão ao público faz que com que surjam notícias inverídicas com conteúdo oportunista e aproveitador. 

“A essência do jornalismo é o comprometimento com a verdade, o comprometimento com o bem público. Então eu acho que quando a gente começa a desvirtuar isso de forma a criar uma polêmica ou defender um interesse que não é o interesse comum, as coisas começam a desandar. Porque hoje em dia o que nós vemos é uma caça aos cliques muito maior do que uma caça à verdade”, realça.


Que saber um pouco mais da visão de Leonardo Dias sobre quais passos o jornalismo deve seguir nessa era de inovações tecnológicas? Assista à entrevista completa que ele concedeu ao Jornalista Convergente. É só clicar no link abaixo:


segunda-feira

"Dicas de jornalismo’’: estudantes conversam com referências para sanar dúvidas sobre a profissão


Alunos entrevistam Alexandre Simões, que fala sobre redes sociais, escrita e enfatiza importância da leitura


Flávio Tavares/Hoje em Dia

Quem nunca teve dúvidas sobre como entrar no mercado de trabalho ou sobre o que é preciso ter para conseguir um estágio na área escolhida? Essa dúvida levou alunos do 5º período de Jornalismo, da faculdade UniBH, em Belo Horizonte, a irem atrás de nomes importantes da área para entender um pouco mais sobre as necessidades da profissão.

Entre os entrevistados, Alexandre Simões, editor chefe do Jornal Hoje em Dia e do Portal HD, colaborador nos programas ‘’Bola premiada’’ e “Grande Resenha”, da rádio Itatiaia. Na carreira, Simões esteve presente em cinco Copas do Mundo e é autor de sete livros sobre futebol, entre eles: ‘’Mineirão”, “50 jogos - 50 craques”, “Rei de Copas”, “Almanaque da Seleção” e “Mineirão 40 anos - paixão e emoção”.

O jornalista foi questionado com a seguinte pergunta: ‘’Quais habilidades um recém formado em jornalismo precisa ter para ingressar no mercado de trabalho?”
Para Alexandre, os desafios não são poucos. Simões destaca a escrita como um dos carros chefes para o estudante conseguir alcançar o mercado de trabalho com êxito e enfatiza a necessidade da leitura no processo de construção do profissional.

-  As habilidades ou os desafios de quem pretende entrar no mercado de trabalho, não são poucos. O conselho maior que posso dar é: um texto bacana, bem elaborado. Fruto, principalmente, de muita leitura. Quem lê muito, escreve bem, essa regra é claríssima.


Reprodução/ Colégio Neusa Rocha


Além da questão textual, como grande quesito para embarcar na vida profissional, Alexandre fala sobre a familiaridade com as redes sociais. A convergência do jornalismo para as novas tecnologias, obriga o profissional a se adaptar.

“Outra coisa muito importante, logicamente, é ter familiaridade, ter facilidade, com as redes sociais, cada vez mais exigidas no jornalismo.”

- Hoje em dia é praticamente impossível se entrar numa redação, seja de rádio, de jornal, de televisão, sem ter familiaridade com as redes sociais.

Por fim, o jornalista fala sobre a principal característica do jornalista: a comunicação. Simões deixa clara a importância da comunicação e do aprendizado.

- O poder de comunicação, querer aprender. Isso tudo é muito importante.

Até onde vale a exposição social?


Redes sociais: plataformas virtuais de interação bastante comuns entre os jovens e adultos. Locais onde nos tornamos indivíduos mais expostos por meio de fotos, vídeos, opiniões, entre outras ferramentas que esses espaços virtuais podem proporcionar. Plataformas como Instagram, Facebook, Twitter e WhatsApp são muito usadas para compartilhar o ponto de vista na política, nas críticas sociais e ambientais e até mesmo sobre a vida alheia, isso por parte de pessoas que, no atual cenário, sustentadas pela era digital, assumem papel de emissor-referência, mesmo não sendo profissionais da comunicação ou não estando relacionadas com o assunto tratado em seu ponto de vista.

Ao se posicionarem nas redes sociais, a maioria se acha conhecedora, seja de um assunto em ascensão ou até mesmo de uma temática de interesse pessoal. Mas será que as pessoas conhecem os cuidados ao se posicionarem nas redes sociais? E os profissionais da comunicação, eles sabem os limites entre a opinião pessoal e a profissional?
Para esclarecer parte do assunto, a equipe do Digitalizando conversou com quatro profissionais que ajudarão na reflexão sobre os cuidados e atenção quanto ao tema. Camila Gonzaga-Pontes e Elisangela Batista, ambas professoras do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Glayson Lage, jornalista da rádio Super e Rafael Lima, jornalista da Alterosa.

Elizangela Batista – Professora do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH)
Para você, qual o maior cuidado que os jornalistas devem ter ao postar uma informação nas redes sociais?
“Checar as informações antes de posta-las ou mesmo de reencaminhar essas informações são importantíssimos, porque hoje com a onda de Fake News, que muitas vezes é pensada, o jornalista que quer manter sua ética, que quer ser um bom profissional, não deve se envolver com esse tipo de noticiário. É importantíssimo checar em fontes confiáveis a veracidade daquela informação e manter de maneira ética e imparcial a sua posição, porque isso que fará a diferença lá no final. ”
Se usadas de forma correta, as redes sociais podem trazer quais benefícios para os jornalistas?
“As redes sociais hoje são verdadeiras vitrines em termos de apresentar as pessoas, muitas empresas recorrem a esse espaço para tentar reconhecer aquele profissional que ela está contratando, então é um lugar onde você se portar de maneira ética. ”

Camila Gonzaga-Pontes – Professora do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH)
Quais os cuidados os jornalistas devem ter nas redes sociais online?
“Eles devem se lembrar que independentemente do local, da plataforma e de onde estão, eles continuam sendo jornalistas. A minha dica é considerar que a confiabilidade é um diferencial jornalístico atualmente, e essa confiabilidade está muito amarrada na nossa formação e quando a gente pensa naquele espaço de rede social online, a nossa formação é um diferencial enorme. ”

Glayson Lage – Jornalista que atua na Rádio Super
Na sua opinião, como tem se dado o comportamento dos jornalistas nas redes sociais?
“Cada um tem uma posição nas redes sociais e vão ter que arcar com as consequências, alguns tem uma postura mais política, mais polida, outros preferem expor realmente o que pensam nas redes sociais, as vezes não fazem isso no local onde trabalham, por se tratar de empresas e acabam fazendo isso no Twitter, no Facebook, onde quer que seja. ”

Para você existe um padrão de comportamento nos quais os jornalistas devem seguir nas suas redes sociais?
“O que eu acredito é o seguinte, existe sim aquela ideia da extensão do lugar que você trabalha para a rede social, isso está sendo mais entendido hoje, num determinado momento a gente achava que estava na rua né, mas muitas empresas grandes, algumas que eu já trabalhei, que elas passam uma cartilha de como você deve se comportar nas redes sociais, pedindo inclusive para você evitar determinados posicionamentos políticos por exemplo. ”

Rafael Lima – Jornalista que atua na TV Alterosa
Para você, como as redes sociais mudaram o jornalismo ao longo dos anos? Existe algum ônus ou bônus dessa ferramenta?
“O jornalismo agora está em caminho oposto né, antes ele se iniciava em veículos tradicionais e depois ele ia para a internet, e eu faço parte de uma nova geração que veio da internet para a televisão, e os cuidados com as redes sociais devem ser grandes, porque elas têm um poder multiplicativo positivo, mas ela pode ser uma bomba nuclear se usada da maneira errada também. ”

O jornalista deve ter algum tipo de filtro ao se posicionar nas redes sociais?
“Se você é um comunicador você tem que dar a sua opinião, mas é preciso ter muito cuidado porque se você fez um comentário certo, ótimo, segue o jogo. Mas meu amigo, se você tropeça na bola, a sua rede social pode te cobrar por muito tempo e se alastra com uma velocidade impressionante. Então, não tenha medo de expressar a sua opinião, você tem todo o direito de deixar seus comentários, só muito cuidado se você vai colocar a sua cabeça no travesseiro de forma tranquila, por saber que você está fazendo uma crítica justa, seja com pessoas ou instituições, se você não está fazendo um discurso populista, um discurso que vai agradar todo mundo. É isso o que eu digo, cuidado aqui no presente, porque no futuro você pode estar pagando o preço do que está teclando hoje.”