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Colunista do O Tempo conta sua visão sobre o papel dos jornalistas nas redes sociais


Para Raimundo Couto, tudo nos dias atuais ocorre em tempo real, então é necessário para o jornalista transmitir a notícia de forma rápida e que não traga Fake News

Entrevista: Sarah Rocha
Editor: Leonardo Luti


Foto: Divulgação / O Tempo.

Factual conversou com Raimundo Couto, jornalista da sessão veículos há mais de 20 anos do jornal O Tempo, de Belo Horizonte, sobre o pensamento dele de como é o posicionamento dos jornalistas nas redes sociais e quais são suas opiniões sobre a exposição diária de informações que as novas tecnologias trazem:

Factual - Como o jornalismo deve-se adequar às novas plataformas e linguagens sem que elas tornem um conteúdo repetitivo?

Raimundo Acho que a questão aqui é você falar basicamente de audiência, cada audiência requer um tipo de abordagem e um estilo de informação, então a plataforma da internet você tem que dialogar de um jeito, o jornal de um jeito, a televisão de outro jeito, youtube de um jeito, rede social de um jeito… acho que, basicamente, adequação do conteúdo ao estilo daquela plataforma.

Factual – Como você vê a convergência de mídia influenciando a maneira que as pessoas consomem informação hoje em dia?

Raimundo Acho que essa questão da convergência remete à questão anterior e para que não fique repetitivo… a mesma informação tem que ser passada de uma forma personalizada em cada plataforma porque senão você fica aquela coisa do tipo já ouvi essa mesma notícia no rádio e agora na televisão. Dependendo a televisão é uma coisa mais analítica, na internet é uma coisa mais factual, na revista é coisa mais contextualizada, e no youtube e rede sociais uma coisa mais ilustrativa.

Factual - Como ele e o trabalho dele é afetado tanto positivamente, quanto negativamente por este fenômeno?

Raimundo Fica mais trabalhoso, hoje em dia tendo em vista que os públicos são em nichos, não adianta você fazer o que as assessorias antes faziam, que era pegar um release e mandar pra todos os meios de comunicação como se isso fosse resolver o assunto e não, hoje a gente tem mais trabalho pra adaptar a informação a essas plataformas. Isso é positivo no sentido que ficou mais rico, você acaba investindo mais na história e as vezes ampliando a pauta, mas é mais trabalhoso e como as equipes estão menores você se vê trabalhando mais. A mesma informação você tem que adaptar a todos os meios.

Factual - Como o profissional vê o lado bom e o lado ruim do impacto que as novas tecnologias têm sobre as ações das pessoas no cotidiano?

Raimundo - Hoje em dia tudo é em tempo real, então ao mesmo tempo que você consegue mobilizar as pessoas de forma muito mais rápida, uma notícia hoje repercute em rede de forma imediata, ao mesmo tempo é espaço pra Fake News, porque você não tem tempo de checar essas coisas. Então, ao mesmo tempo que a informação ficou mais acessível, ela também está mais perigosa por questão da Fake News.

Factual - E como a empresa deve agir diante destas percepções de ações ruins ou boas?

Raimundo Acho que aí é a questão de ética, você tem a questão de compliance, manual de conduta, que a área corporativa deve ter e você trabalhar com profissionais sérios que não se deixem levar pela facilidade de conseguir as coisas. Você tem que olhar as questões éticas e morais, hoje o jornalista tem que cada vez mais ficar atento, porque como a notícia vem de todos os lados, você tem que cada vez mais apurar esse tipo de notícia para que a imprensa não deixe de ser um sinônimo de credibilidade, então aonde você checar essa notícia acaba sendo fundamental pra você saber se vale a pena ou não ter acesso a essa informação. Acho que as empresas têm cada vez mais responsabilidade em relação à credibilidade junto ao leitor.

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