Redes
sociais: plataformas virtuais de interação bastante comuns entre os jovens e
adultos. Locais onde nos tornamos indivíduos mais expostos por meio de fotos,
vídeos, opiniões, entre outras ferramentas que esses espaços virtuais podem
proporcionar. Plataformas como Instagram, Facebook, Twitter e WhatsApp são
muito usadas para compartilhar o ponto de vista na política, nas críticas
sociais e ambientais e até mesmo sobre a vida alheia, isso por parte de pessoas
que, no atual cenário, sustentadas pela era digital, assumem papel de emissor-referência,
mesmo não sendo profissionais da comunicação ou não estando relacionadas com o
assunto tratado em seu ponto de vista.
Ao
se posicionarem nas redes sociais, a maioria se acha conhecedora, seja de um
assunto em ascensão ou até mesmo de uma temática de interesse pessoal. Mas será
que as pessoas conhecem os cuidados ao se posicionarem nas redes sociais? E os
profissionais da comunicação, eles sabem os limites entre a opinião pessoal e a
profissional?
Para
esclarecer parte do assunto, a equipe do Digitalizando conversou com quatro
profissionais que ajudarão na reflexão sobre os cuidados e atenção quanto ao tema.
Camila Gonzaga-Pontes e Elisangela Batista, ambas professoras do Centro Universitário
de Belo Horizonte (UniBH), Glayson Lage, jornalista da rádio Super e Rafael
Lima, jornalista da Alterosa.
Elizangela
Batista – Professora do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH)
Para
você, qual o maior cuidado que os jornalistas devem ter ao postar uma
informação nas redes sociais?
“Checar as informações antes de posta-las ou
mesmo de reencaminhar essas informações são importantíssimos, porque hoje com a
onda de Fake News, que muitas vezes é pensada, o jornalista que
quer manter sua ética, que quer ser um bom profissional, não deve se envolver com
esse tipo de noticiário. É importantíssimo checar em fontes confiáveis a
veracidade daquela informação e manter de maneira ética e imparcial a sua
posição, porque isso que fará a diferença lá no final. ”
Se usadas de forma correta, as redes sociais
podem trazer quais benefícios para os jornalistas?
“As redes sociais hoje são verdadeiras vitrines
em termos de apresentar as pessoas, muitas empresas recorrem a esse espaço para
tentar reconhecer aquele profissional que ela está contratando, então é um
lugar onde você se portar de maneira ética. ”
Camila Gonzaga-Pontes – Professora do Centro Universitário de Belo
Horizonte (UniBH)
Quais os cuidados os jornalistas devem ter nas
redes sociais online?
“Eles devem se lembrar que independentemente
do local, da plataforma e de onde estão, eles
continuam sendo jornalistas. A minha dica é considerar
que a confiabilidade é um diferencial jornalístico
atualmente, e essa confiabilidade está muito amarrada na nossa formação e
quando a gente pensa naquele espaço de rede social online, a nossa formação é
um diferencial enorme. ”
Glayson Lage – Jornalista que atua na Rádio Super
Na sua opinião, como tem se dado o comportamento
dos jornalistas nas redes sociais?
“Cada um tem uma posição nas redes sociais e vão
ter que arcar com as consequências, alguns tem uma postura mais política, mais
polida, outros preferem expor realmente o que pensam nas redes sociais, as
vezes não fazem isso no local onde trabalham, por se tratar de empresas e
acabam fazendo isso no Twitter, no Facebook, onde quer que seja. ”
Para você existe um padrão de comportamento nos
quais os jornalistas devem seguir nas suas redes sociais?
“O que eu acredito é o
seguinte, existe sim aquela ideia da extensão do lugar que você trabalha para a
rede social, isso está sendo mais entendido hoje, num determinado momento a
gente achava que estava na rua né, mas muitas empresas grandes, algumas que eu
já trabalhei, que elas passam uma cartilha de como você deve se comportar nas
redes sociais, pedindo inclusive para você evitar determinados posicionamentos
políticos por exemplo. ”
Rafael Lima – Jornalista que atua na TV Alterosa
Para você, como as redes sociais mudaram o
jornalismo ao longo dos anos? Existe algum ônus ou bônus dessa ferramenta?
“O jornalismo agora
está em caminho oposto né, antes ele se iniciava em veículos tradicionais e
depois ele ia para a internet, e eu faço parte de uma nova geração que veio da
internet para a televisão, e os cuidados com as redes sociais devem ser
grandes, porque elas têm um poder multiplicativo positivo, mas ela pode ser uma
bomba nuclear se usada da maneira errada também. ”
O jornalista deve ter algum tipo de filtro ao se
posicionar nas redes sociais?
“Se você é um
comunicador você tem que dar a sua opinião, mas é preciso ter muito cuidado
porque se você fez um comentário certo, ótimo, segue o jogo. Mas meu amigo, se
você tropeça na bola, a sua rede social pode te cobrar por muito tempo e se
alastra com uma velocidade impressionante. Então, não tenha medo de expressar a
sua opinião, você tem todo o direito de deixar seus comentários, só muito
cuidado se você vai colocar a sua cabeça no travesseiro de forma tranquila, por
saber que você está fazendo uma crítica justa, seja com pessoas ou
instituições, se você não está fazendo um discurso populista, um discurso que
vai agradar todo mundo. É isso o que eu digo, cuidado aqui no presente, porque
no futuro você pode estar pagando o preço do que está teclando hoje.”
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