Rafael D’Oliveira,
jornalista do BHAZ, formado pela faculdade Estácio de Sá. Atua na área de
jornalismo político. Na entrevista, Rafael nos conta como foi sua adaptação do
meio analógico para os novos meios digitais, e sua relação com a ética.
Até que ponto você acha que vai a
ética jornalística ao transformar nossas produções em produtos midiáticos?
O primeiro tópico do
nosso trabalho é a ética, é a apuração, porque não adianta você publicar uma
matéria rápido sem ter apuração básica, então, tem que ter a ética. Em relação
ao produto, eu acho que a informação sempre foi produto, ela nunca deixou de
ser produto, ela sempre foi um produto. A questão é como você lida com esse
produto, você pode vender um produto de qualidade, bem apurado, com rapidez e
agilidade, e pode vender um produto ruim...”
De que modo você vê o jornalismo antes das novas plataformas
digitais, como o facebook, twitter e Instagram? Pode se dizer que o jornalista
se importava mais com a ética e sua responsabilidade social sendo que com as redes
sociais houve um grande aumento de fake news e notícias tendenciosas?
Existem veículos que
surgiram com esse jornalismo digital, que fazem de maneira porca, mas também
tem muita qualidade, a gente não pode pensar que o meio digital é um problema.
Na verdade… é um novo meio, e as pessoas precisam se acostumar com isso. A
cibercultura não vai voltar para trás, vocês não vão deixar de usar celular,
não vão deixar de acessar a internet, é daqui para a frente agora, a gente tem
que pensar modelos para o futuro, então, a ética tem que estar em primeiro
lugar sempre.
A desobrigação do diploma pode contribuir para a falta de
ética?
Eu acho que o papel do
jornalismo é importante nesse problema que a gente tem de entender o
jornalismo, principalmente na cabeça da população em entender o jornalismo.
Hoje em dia vemos muito jornalismo ao vivo e direto com o público,
compartilhando, criticando, comentando, então às vezes vemos um pouco de
dificuldade do público de entender como funciona um processo de produção jornalística,
quais são os critérios que tornam o fato notícia e que não torna. Em algum
momento, o jornalista vai deixar de explicar o que está acontecendo, de
noticiar um fato, e vamos passar a ser professores da sociedade. Deixar de
entender o que faz um jornalista faz com que as pessoas deixem de entender o
que é o jornalismo.
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