quinta-feira

O jornalismo e a essência no meio digital


Começamos a entrevista perguntando para o André Rocha como fazer para o jornalismo não perder a essência no meio digital e ele nos contou que “A essência do jornalismo é sempre a mesma, não importa o medo. O que muda é a forma de se comunicar. As redes sociais efêmeras, necessitam agilidade e impacto. Fora a capacidade de síntese.” E ainda completou: “Muda a forma não conteúdo. Mas a busca pela precisão, pela verdade, pela independência deve sempre prevalecer.”

André Rocha é muito ativo nas redes sociais, em foco no Instagram, presente nos stories, seguindo de volta, usando a interatividade da plataforma como a caixa de perguntas, enquetes e entre outras. Nossa segunda pergunta foi baseada exatamente nisso, em como ele consegue relacionar sua vida profissional com a sua vida pessoal. Ele respondeu que: “Nas redes sociais eu tento misturar as duas coisas com os devidos limites. As pessoas querem conhecer um pouco do nosso dia a dia, dos bastidores. Não uso como instrumento jornalístico, mas como uma forma de interação e até mesmo de divulgação de trabalho. Uma forma de manter as pessoas por perto. Uma forma de criar identificação com o público.” Ele finalizou falando que: “Hoje só se sobrevivi se souber a importância de estar em todas as mídias”

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Controle de danos: os mecanismos de proteção nas redes sociais


Nos dias de hoje, a instantaneidade e o alto volume de informações tomaram as redes sociais. Assim, a jornalista Carol Braga relata os mecanismos de proteção que utiliza diariamente. É preciso atenção mais do que se imagina.

Primeiro, como você jornalista se protege da exposição nas redes sociais?

“Bom, quem segue as redes do Culturadoria e me segue, vê que eu não posto nada nas minhas redes sociais e posto tudo nas redes do Culturadoria, tudo dentro do escopo do Culturadoria. Eu acho que talvez involuntariamente, é meio que uma postura. Eu não acho que tenho que ficar me posicionando na internet e aí eu não me posiciono. O meu perfil do Instagram, ele é fechado por que é um lugar só meu, onde estou com meus amigos e minha família, onde eu fico fazendo coisas fora do meu ambiente de trabalho e também tenho as redes do trabalho, é isso.”

Sobre o ambiente político polarizado nas redes sociais, você considera algo positivo ou negativo? Já foi afetada por expor opiniões que possam divergir com outros usuários?

“Eu acho negativo por que isso só revela que a nossa sociedade não está preparada para dialogar. E eu acho isso um retrocesso muito grande então toda a polarização ainda mais quando vai para um discurso de ódio mostra a falta do diálogo, a falta da escuta de ouvir o outro, de refletir e de buscar um meio termo então eu vejo isso muito negativamente. O único caso que eu tenho nas redes sociais foi inclusive na época que eu trabalhava no jornal Estado de Minas e eu fiz uma reportagem crítica sobre a campanha de popularização do teatro e quando essa reportagem saiu, as pessoas que não gostaram do que eu estava falando, foram para o Facebook, me marcaram e começaram a me agredir falando que eu estava sendo leviana com as críticas que eu estava fazendo, que eu estava fazendo comparações que não cabiam, eles tentaram levar o caso para a ouvidoria da campanha de popularização mas aí logo alguns artistas que conhecem o meu trabalho partiram em defesa. Nem nesse caso eu me posicionei firme na crítica que eu estava fazendo por que o papel do jornalista cultural é fazer esse tipo de coisa e enfim, me atacaram no Facebook e passou algum tempo, alguns anos já e tudo que eu apontei naquela matéria, os organizadores da campanha, acabaram realizando, para mudar a campanha. Então eu acho que isso é um aspecto assim também, não saber ouvir a crítica, foram para o Facebook, fizeram um estardalhaço no Facebook e depois falaram: “Não! Vamos realmente entender o que ela está dizendo.””

Na era atual, em que ser parcial nas redes sociais é comum, até onde o jornalista deve manter a sua imparcialidade e ética?

“Eu acho que o jornalista é um comunicador o que a gente faz o tempo inteiro é você tentar intermediações, interlocuções, então acho que esse é o papel que a gente tem que buscar. Não de tacar querosene no fogo, eu como jornalista não me vejo nesse lugar, de estar esquentando o debate, eu acho que o nosso papel é tentar entender as partes e fazer as partes entenderem o que está em jogo em termos de informação do que provocar o embate. Mas isso é uma posição obviamente muito pessoal.”

“A noticiabilidade ocorre ao mesmo tempo em que o fato em si está acontecendo”, afirma Deysiane Marques


Redatora chefe da Agência Salt conta como o jornalismo pode sobreviver ao atual sistema de informações

Desafios do jornalismo e os seus caminhos futuros foi a pauta abordada em entrevista a estudantes do UNIBH. Deysiane Marques, redatora chefe da Agência Salt, relatou que atualmente a atividade da profissão vem sofrendo algumas alterações e ganhando novas características, como a instantaneidade. Segundo ela, a noticiabilidade acontece junto ao fato.
Confira a entrevista:

Deysiane por que você escolheu o Jornalismo?

Eu escolhi o jornalismo porque eu sempre gostei de lidar com gente. E noticiar, sempre vai ser notícia sobre alguém, por mais que você vá falar, abordar sobre uma tecnologia, você sempre precisa analisar o impacto que isso vai gerar pra uma sociedade, então gente.  Gente sempre foi o meu foco e acho que o jornalismo ligava essa minha vontade de falar pras pessoas, me comunicar com pessoas com as qualidades natas que eu tinha.


Quais foram os desafios da carreira?

Os primeiros desafios que eu tive, acho que logo nas primeiras experiências profissionais como estagiária, a necessidade de demonstrar que você tem mais conhecimentos do que os seus colegas, pra poder se destacar, sendo que você tá no início de uma carreira né. E no jornalismo, a gente tem algo que é saber um pouco sobre muita coisa, e se aprofundar muitas vezes nos é cobrado, mas não faz parte do nosso exercício como profissão, então, é algo difícil de se alcançar. Na verdade, essa dificuldade eu tive no início da carreira de um modo mais contundente, mas ainda hoje percebo que é algo cobrado e difícil de ser desenvolvido na nossa profissão.


Qual a diferença entre o jornalismo de dez anos atrás para o de hoje?

A diferença do jornalismo de ontem para o de hoje, eu entrei na faculdade de jornalismo em 2008, a velocidade com que a informação é trabalhada hoje, percebo que, hoje é mais importante você noticiar algo que não está completamente apurado ainda, por que você precisa “dar o furo”, você precisa noticiar primeiro, você não pode deixar de falar, porque alguém já vai falar muito rápido, né. Muitas vezes, a noticiabilidade, ela é, ela ocorre ao mesmo tempo que o fato em si está acontecendo, então, sinto falta de apuração, sinto falta de ter tempo pra entender melhor o que tá acontecendo antes de passar. Por isso até, muitas vezes hoje, notícias vazias são transmitidas; de repente, você não pensa direito sobre determinado enfoque que você tá dando, porque precisa ser imediato. Um exemplo: não sei se seria mais interessante divulgar a identidade, a história, dessas pessoas autoras de massacres que temos hoje, mas não tem como. Uma vez que se sabe o fato, se sabe quem tá envolvido, você noticia com a maior velocidade possível, talvez até sem muita apuração, porque você precisa noticiar rápido; essa velocidade da informação é o que eu percebo como maior diferença, né, de uns anos pra cá.


Qual conselho você daria para os novos profissionais?

O meu conselho pra quem entra hoje no jornalismo é: ser dinâmico, se você não é dinâmico, então, é preferível que invista em outra área. Ser humilde, porque você precisa ouvir as pessoas que estão nessa caminhada a mais tempo que você; percebo muita gente hoje que, muito foca, que acha que já é maravilhoso, porque domina muito bem as mídias digitais, mas, jornalismo sempre vai exigir uma expertise, uma qualidade diferenciada para realmente sentir “cheiro de notícia” válida, importante, então, ser humilde. E a terceira é ler, ler, ler e ler, porque você precisa ter um repertório de vocabulário, por que muitas vezes, uma palavra vai representar muito melhor em determinada situação do que outra, né, você pode achar que são sinônimos, mas não, certamente haverá uma que se encaixará melhor e que será mais clara para o público que você pretende comunicar.


Quais são agora, seus planos para o futuro?

Os meus atuais planos profissionais, já estão em prática. Eu decidi que eu precisava entender melhor a língua com a qual eu trabalho, né, que é minha língua nativa, o Português brasileiro. Então, hoje eu curso letras. Outro passo, é dominar as técnicas de mídias digitais e marketing digital de modo geral, porque, hoje tudo acontece nesses meios; tudo tem que atender a mood’s de SEO e de parâmetros de ranqueamento, independente do veículo em que se está, você precisa dominar essas técnicas. É muito importante saber atender a esse novo molde, sem perder a qualidade no texto, sem perder a qualidade jornalística. Então, é muito importante que isso seja entendido, que isso seja estudado e eu tenho buscado sobre isso, pra poder construir trabalhos relevantes, seja no próprio jornalismo ou em áreas correlatas, como revisão, como redação publicitária, e é isso.


Assim, vimos que o jornalismo busca se reencontrar ao traçar esses novos caminhos para o seu futuro, adquirindo características proporcionais a esse mundo totalmente conectado em que vivemos. Porém, a instantaneidade, uma dessas características citadas pela entrevistada, deve ser bem trabalhada.
Deysiane nos explicou que a velocidade com que a informação é transmitida nos remete a um grande desafio: noticiar rapidamente um fato verídico. Essa corrida entre jornalistas e meios de comunicação para dar o furo da reportagem, em alguns casos, pode levar à propagação de notícias falsas, por isso a importância da apuração, tanto evidenciada pela redatora chefe da Salt. Além disso, outras dicas que Deysiane deixou para os universitários foi o cuidado em procurar conhecer a língua portuguesa, inovar o vocabulário e ler muito. Dessa forma, os estudantes, futuros jornalistas, terão uma boa formação e entrarão bem preparados para o mercado de trabalho. 

A Atuação do Jornalista frente às Transformações Tecnológicas


Em frente ao cartão postal Belorizontino, na Lagoa da Pampulha, nós estudantes de jornalismo do 5º período do UniBH entrevistamos a jornalista Iana Coimbra, repórter da TV Globo. Iana nos contou um pouco sobre a dissertação defendida em seu mestrado “Jornalismo na Timeline”, sobre como vê as questões de convergência de mídias e os principais desafios enfrentados pelos profissionais no cenário jornalístico atual. Continue lendo e saiba como esta entrevista pode ajudar você, estudante, a ingressar no mercado de trabalho e se adaptar a estas transformações.
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Iana Coimbra estudou Comunicação Social com ênfase em Jornalismo no Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) e cursou MBA em Marketing na Faculdade Getúlio Vargas (FGV). Iana foi produtora e repórter da Rede Super de Televisão e trabalhou na TV Alterosa.

A repórter conta como tem percebido a adaptação dos diversos canais midiáticos em meio às transformações tecnológicas e à convergência de mídias. “O conteúdo deve ser relevante e adequado para cada plataforma, uma notícia para o impresso colocada literalmente na rede social, está deslocada, não é o formato correto para esta plataforma”, afirma a jornalista.
“Eu acredito que tudo deve caminhar junto, as organizações devem estar preparadas para este ambiente; historicamente nas redações, tanto na TV como no impresso, as pessoas nem se olhavam. Muitas coisas que são publicidade estão disfarçadas de jornalismo. As empresas devem desenvolver estratégias amplas e convergentes, e entender como as duas esferas, jornalismo e publicidade funcionam”, conta a jornalista.
Para Iana Coimbra, o que atrai leitores, consumidores, clientes e espectadores é o conteúdo de boa qualidade, seja de texto, imagem ou edição. O profissional deve estar preparado para as transformações advindas com a convergência de mídias e deve ter uma visão holística dos processos para trabalhar com estas diferentes plataformas. Para ela, este é o grande momento de se reinventar, não perdendo a objetividade e a isenção jornalística.

Você está curioso(a) para saber como essas mudanças podem refletir na sua atuação como jornalista futuramente?
Então assista à entrevista completa com a repórter Iana Coimbra sobre a atuação do jornalista frente às transformações tecnológicas, acompanhe:

Refletindo o futuro do jornalismo


Nessa semana entrevistamos a repórter, produtora e âncora dos jornais e rádios da Rede Bandeirantes, Luciana Vianna. Ela que é um exemplo para os futuros jornalistas, apresenta o Agenda Cultural todas sextas na Band, contou sobre os desafios que encontrou na sua formação, preconceitos que sofreu por ser mulher e sua opinião sobre a mudança na comunicação. Confira abaixo nossa entrevista na íntegra.

·       O que te levou a fazer jornalismo?
“Bom, desde pequena cresci ouvindo meus pais e avós falando que eu devia ser dentista né, para poder cuidar dos dentes deles, colocar dentadura, essas coisas de avós (risos). Então cresci com esse objetivo, tanto é que dei essa satisfação à minha família, me formei em odontologia e trabalhei na área por um ano, mas percebi que aquilo não estava me agradando. Eu sempre gostei muito de história, de ler, de fazer pesquisa, de me manter atualizada, sabe? E o jornalismo me passava essa ideia de que eu me manteria atualizada e lendo sempre. Primeiro tentei Direito. Passei na primeira fase, mas depois bombei no segundo semestre. E fui pela UFMG, e lá era só uma tentativa por ano. Aí tive que esperar mais um ano e tentei jornalismo. Bom, foi essa minha trajetória. ”
·       Na sua opinião, qual os maiores problemas dos recém-formados em jornalismo no mercado atualmente?
“Infelizmente pra ter espaço no mercado, você precisa conhecer pessoas. Aí um te indica pro outro, que te indica pra outro, e você vai conquistando seu lugar. Acho que o mercado não tem espaço pra absorver todos os profissionais, infelizmente, o que não é motivo para desistir. E aí você vai ganhando seu espaço, se mantendo atualizado, se adequando. Quer focar em radialismo? Faz um curso de mixagem para complementar seu currículo. Quer a área de edição? Faz um curso de photoshop para se destacar. Temos que nos adequar e ganhar nosso espaço. ”
·       Como foi sua experiência no momento de buscar o primeiro estágio?
“Bom, eu tive a sorte de já conseguir um estágio no primeiro período e segui com estágio durante todo o curso. Tive que correr atrás, falar com professores, me destacar para conseguir, sempre me mantendo atualizada, principalmente em relação a tecnologia. Se o Youtube ta crescendo, Instagram, pô vou lá ver como que é, vou me manter atualizada e me adequar a isso. Isso me ajudou a me destacar para conseguir meu estágio. E assim que acabei o curso, os dois lugares em que eu fazia estágio me contrataram, que foi o Centro da OAB e a Rede Bandeirantes. ”

·       Você mencionou a adequação ao meio digital, e isso traz à tona a questão das fake news que se mostrou bem presente nessas eleições. Como você enxerga esse mundo virtual então, em relação ao jornalismo? Você considera ter sido algo bom ou ruim?
“Que coisa louca que passamos agora ne? Inverdades desde remédios criados até sérias difamações contra candidatos. Lógico que as redes sociais hoje são essenciais para nosso trabalho, nossa, o WhatsApp ne? O que a gente seria sem ele, é superimportante. Mas infelizmente com essas coisas boas também temos esses problemas, aí nosso papel se torna ainda mais importante. Temos que fazer a apuração ainda mais séria, consultando mais de uma fonte confiável, ligando pra lá e pra cá... Mas aí, é isso, é saber se adaptar. ”
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Para você, quais são os principais desafios da profissão?
“Então, tem aquilo do mercado de trabalho né, que se encontra muito saturado infelizmente. E tem essa questão da apuração. Eu acho que correr atrás da informação, das fontes, verificar com mais de uma pessoa acerca da confiabilidade da informação, isso tudo é muito puxado e é uma responsabilidade muito grande, mas é tão bom quando chega noite e a gente vai dormir sabendo que conseguimos a informação certa sabe? Traz um conforto...”
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Você já enfrentou algum desafio ou preconceito na profissão por ser mulher?
“Já, infelizmente não tem como evitar. O cenário já mudou bastante, nós mulheres temos um espaço bem maior agora, mas sempre, querendo ou não, ouvimos coisas desagradáveis, ainda que veladas. Muitas vezes já ouvi que eu não seria capaz de exercer minha profissão, por ser mulher, porque eu não seria levada a sério. Mas são tantas coisas que escutamos né? O jeito é saber lidar com isso, não dar ouvidos. Se eles querem falar, deixa eles falarem. O jeito é saber que o seu trabalho é você com você, não importa o que os outros falam. Julgar e criticar muita gente faz, a gente tem que aprender a não ligar, lidar da melhor maneira, e seguir com nossa profissão. ”
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Se você pudesse fazer algo diferente da carreira, o que você faria?
“Bom, eu queria muito fazer História ainda, acredita? Igual falei no começo, sempre gostei muito de história, de ler... Então essa é uma coisa que eu ainda sinto vontade de fazer. ”

Pra finalizar, qual conselho você daria para quem está ingressando na profissão?
“O mais importante é não desistir. Não deixe ninguém te fazer mudar de ideia. Anos atrás, quando fui fazer odontologia, me falaram que o mercado de trabalho era ruim, que já existiam muitos dentistas, e nós sabemos que não é assim. A mesma coisa para jornalismo. Quantas vezes não escutamos que é uma profissão sem futuro, sem sentido?  Agora mais que nunca, nosso trabalho é muito importante. Fazer as apurações, mostrar a verdade, isso tudo conta. Então não desistam e corram muito atrás, porque ninguém vai correr por você. ”

Cultura colaborativa de dentro da redação


A cultura colaborativa, é a participação da população, na produção de um conteúdo. No jornalismo, essa participação tem sido cada vez mais frequente. Entrevistamos o jornalista, João Vitor Xavier, da rádio Itatiaia, procurando saber o seu posicionamento no que tange a participação do público, no jeito de fazer jornalismo.

Pergunta: O WhatsApp influência nas redações e na credibilidade das notícias atualmente? Como?

João Vitor: Sem dúvida. O WhatsApp é um aplicativo que tem uma agilidade imensa e, por isso, levou uma rapidez muito grande de apuração, contato com fontes e chegada de notícia. No trabalho de assessoria de imprensa, que é o meu caso, vivo o outro lado, o da fonte. O contato com os jornalistas ficou mais ágil, com cada um dos lados podendo questionar e repassar mensagem de uma maneira muito mais fácil. Por outro lado, a propagação de mensagens, muitas vezes erradas e falsas, aumentaram significativamente.  

Pergunta: A participação da população na transmissão e distribuição de informações, influência de que forma a checagem dos fatos?

João Vitor: Acho que piorou muito. Hoje todo mundo tem na palma das mãos um meio para propagar informações. Nas redações, acredito, a checagem dos fatos que chegam são um meio eficaz de evitar as notícias falsas, o que já acontecia com as mensagens que chegavam por outros meios;

Pergunta: Como acontece a participação da população na produção de conteúdo?


João Vitor: A população com o advento das redes sociais se tornaram produtores de conteúdo importantes. Acredito que tende a crescer cada vez mais e precisam de uma regulamentação para evitar problemas. 

Pergunta: Qual a forma de garantir que as informações fornecidas, com o jornalismo colaborativo, sejam oficiais?

João Vitor: Continua sendo fundamental a checagem dos fatos. É a primeira regra que aprendemos no jornalismo. Não interessa de onde venham, ela precisa ser checada. Quando ela chega do jornalismo colaborativo, ela também deva ser checada e confirmada a sua veracidade.

Esta foi a nossa conversa com o jornalista, que nos trouxe a sua visão do fenômeno de produção colaborativa, esclareceu muitas coisas que não estavam nítidas, e com certeza ampliou nossos conhecimentos sobre o assunto.
Texto: Mannu Meg (Emannuelly Gomes)
Perguntas: Emannuelly, Fernando e João Pedro
Entrevistador: Isabella Barbosa

Entenda a participação da sociedade no Webjornalismo:



Com o avanço tecnológico e o advento das redes sociais, os usuários passaram a ter um papel de interação totalmente diferente com os jornalistas. Entenda mais sobre a participação da sociedade no jornalismo atual. Para falar sobre este assunto convidamos o especialista Valdo Elias, assessor de imprensa do IBAMA-MG, onde temas como: fake news, participação da sociedade e papel do jornalista serão abordados.

O jornalismo, assim como todas as outras coisas, sofreu grandes transformações com a Era Tecnológica, e posteriormente com o advento das redes sociais o mesmo foi completamente transformado, pois a relação entre receptor e emissor foi remodelada, com isso surge o jornalismo colaborativo.

Jornalismo Cidadão também é conhecido como Jornalismo Colaborativo, é composto por atuações de pessoas comuns, sem ser um jornalista formado ajudando nos processos jornalísticos. Mas como toda transformação há pontos positivos e negativos, a interação entre jornalistas e sociedade é muito importante no mundo globalizado. Entretanto por não haver nenhum tipo de fiscalização ou compromisso ético, notícias podem ser fraudadas e manipuladas.

Para falar sobre as consequências do jornalismo colaborativo, ninguém melhor que o assessor de imprensa do IBAMA, Valdo Elias com mais de 30 anos no cargo,  ele fala sobre a importância do jornalista em manter a credibilidade das notícias: “Eu acho que o jornalista tem que checar e “rechecar” tudo que vai publicar, essa é a melhor maneira de manter a credibilidade do jornalismo. ”
Valdo também comenta da importância do cidadão para o jornalismo atual, afirmando que: ”O jornalista tem que trabalhar junto com o cidadão, procurando se informar por ele, pois é impossível o jornalista estar em todo lugar”.

Para concluir, Valdo diz que: " É necessário e “obrigatório“ conviver e se adaptar à nova realidade do jornalismo e a melhor maneira, em sua visão, é não perder a essência jornalística de apuração de fatos e sempre checar as informações antes de publicá-las, mas estar a par do que ocorre nas redes sociais e blogs/ sites independentes é muito válido."

Como o jornalista colaborativo deve se portar? Há futuro para eles?
As pessoas que quiserem passar informações e serem produtores de conteúdos nas redes sociais devem sim faze-lo, não há nada de errado nisso e para obter bons resultados, seja em números de seguidores e apoiadores do conteúdo ou até mesmo em retorno financeiro devem sempre postar um conteúdo de qualidade e lembrar sempre de manter à ética.
Sim, existe um belo futuro para os jornalistas independentes, pois os mesmos estão se capacitando cada vez mais para conseguir um certo destaque em sua área e expandir o seu mercado.
Por exemplo a empresa Sportlight que se especializou em jornalismo investigativo é um exemplo de case de sucesso. Jornalistas independentes que são referência na área investigativa.

Material construído por alunos de jornalismo UNIBH

Como os robôs podem alterar a função dos jornalistas?

Em entrevista, Silvia Dalben discute os impactos que a chegada dos robôs trazem às redações

As redações estão cada vez mais enxutas. Há cada vez menos profissionais, para exercerem cada vez mais tarefas. E agora, os robôs entraram na disputa. Como essa inteligência, capaz de exercer funções repetitivas, em um terço do tempo que um humano levaria, pode alterar a função dos jornalistas? A jornalista, produtora audiovisual e pesquisadora de jornalismo automatizado, Silvia de Freitas Dalben (https://www.linkedin.com/in/silviadalben/), explica como essas transformações impactam a profissão.

  1. O que é inteligência artificial?

Inteligência artificial é quando existe uma interseção entre a Big Data, que é a quantidade de dados, com a capacidade computacional de processar esses dados e colocá-los em moldes. Então, ela vem para ajudar a lidar com uma grande quantidade de informações e automatizar algumas ações dentro disso.

Um exemplo disso, é o processador de linguagem natural, SIRI, da Apple. Ela que processa a sua voz, um algoritmo, pega um determinado texto e consegue criar um output (http://www.administradores.com.br/artigos/academico/o-processo-de-transformacao-input-e-output-entrada-e-saida/78698/) deste texto. E é nesse campo, do processamento de linguagem natural, que entra o jornalismo automatizado.
  1. Como ela pode ser aplicada no jornalismo?
A automatização só ocorre a partir de tarefas repetitivas. Se não é repetitivo, não é automatizado. Mas, se há alguma tarefa, alguma função repetitiva dentro da redação, você consegue automatizar. Como exemplo, temos a primeira automatização no jornalismo, que foi na previsão do tempo. Sendo uma coisa muito repetitiva, dá pra você pensar, planejar e fazer uma previsão de como será o texto, pois ele sempre será o mesmo. O que varia são os dados.

Assim, ligados ao setor de meteorologia, que fornecia os dados, eles criaram vários textos e templates, com espaços em branco. O computador determinava qual template ele queria usar e a partir disso, colava ali e gerava o texto automaticamente.
  1. O uso da inteligência artificial pode prejudicar a profissão do jornalista no futuro?
Em um primeiro momento, em 2011, 2012, quando as coisas realmente começaram a sair, os jornalistas robôs causaram muito medo. Principalmente, nas pessoas mais tradicionais da redação, as mais antigas, que não lidam muito bem com a tecnologia. Elas começaram a pensar que os robôs realmente tomariam o seu lugar. Mas, se realmente formos entender, vamos ver que o que eles fazem, são estruturas e coberturas para notícias. Apenas notícias, não reportagens. Até porque, eles não podem fazer entrevistas, não dão conta. Algoritmo é uma coisa muito preditiva, previsível e matemática.

  1. O que é jornalismo de dados?
Jornalismo automatizado e o jornalismo de dados, estão muito próximos um do outro. Porque ele (jornalismo automatizado) só existe se você tem dados estruturados, para conseguir automatizar. Então, é como se ele (jornalismo automatizado) tivesse um braço, e esse braço seria o jornalismo de dados. Como se fosse uma sequência: o jornalismo de dados e logo após o jornalismo automatizado.

  1. Quais são as novas profissões que vão surgir no futuro, ligadas a inteligência artificial?
Vai modificar, mudar a lógica das profissões. Como por exemplo, de editores de notícias automatizadas, engenheiros programadores, ampliação da equipe de tecnologia, analista de dados, programadores, matemáticos e estatísticos. Mas, com muita cautela, tempo e determinação. Até porque, mexer com tecnologia não é uma coisa que muda do dia para noite, são evoluções.

*Essa entrevista foi feita por Talyssa Lima, para um trabalho universitário, em março de 2019.

domingo

Marketing no Jornalismo

Falar sobre mídia e jornalismo hoje é também falar de marketing e publicidade. A publicitária, especialista em marketing digital Isabella Ferreira e a jornalista, da rádio sintonia FM, Suzana Oliveira nos resume o que é convergência de mídias e a interação dessas áreas da comunicação.




Isabella, quais são as ferramentas da publicidade que podem contribuir também para fazer jornalismo?

Existem ferramentas na publicidade que o jornalismo também pode utilizar, por exemplo: ferramentas de monitoramento, para que você possa entender do que as pessoas estão falando e qual a reação delas com a atualidade e desta forma, construir um conteúdo de forma interessante. É possível também, utilizar algumas técnicas de SEO  fazendo assim, que o conteúdo seja encontrado de forma mais fácil, ou seja, usando palavras-chave. Desta forma, no momento que o usuário fizer uma pesquisa nos buscadores, ele encontre seu conteúdo mais fácil.”

Você poderia nos dizer como trabalhar conteúdos de forma criativa sem transformá-los em entretenimento? Há alguma forma específica de fazer o jornalismo atualmente, junto à convergência de mídias?

Acredito que a linha entre o entretenimento e o conteúdo jornalístico é muito tênue, e na verdade a maior preocupação deveria ser não fazer um conteúdo que seja sensacionalista, isso que é o grande problema”. Não vejo particularmente um problema em criar um conteúdo que seja extremamente atraente, que elas queiram buscar, que elas queiram consumir, que elas tratam de alguma forma como entretenimento, mas que se informem com isso. Atualmente tem, por exemplo, uma mídia que é o podcast, que trabalha muito nessa área de informação, pois está sempre trazendo bons conteúdos, inclusive jornalísticos, mas também e uma mídia de entretenimento. Então, você pode utilizar no jornalismo uma linguagem mais leve, mas com informação.

Eu acho que a grande responsabilidade está no conteúdo que postam, pode colocar nele sim, uma roupagem que é mais comum na publicidade para fazer com que ele fique mais atrativo e alcance o objetivo  necessário, que é fazer com que as pessoas consumam e fiquem mais informadas.

E a convergência de mídias, ela está relacionada diretamente ao marketing digital? A produção de conteúdo nas redes sociais passam por esse marketing digital?

As mídias sociais fazem parte da vida de quase todas as pessoas, já está massificado. Quase todas as pessoas  possuem um smartfone com acesso as redes, até as empresas de telefonia estão trabalhando planos que não cobram o acesso as redes por que elas se tornaram fundamentais na vida das pessoas, e com isso as redes sociais são um ponto de contato indispensável pra quase todos os meios de comunicação.

Então, com essa capacidade de penetração que as mídias digitais tem, é fundamental que ela seja usada também pelo jornalismo por que ela e uma fonte muito importante de informação, e hoje, também, infelizmente de desinformação.

E para você, Suzana, como a interação do marketing e publicidade influencia em seu trabalho na rádio Sintonia? Você utiliza ferramentas de marketing e publicidade?

Atualmente nos utilizamos às redes sociais para divulgar a nossa rádio, e uma rádio que por ser regional a gente não atinge um publico muito grande. Nosso maior público fica no facebook, no Instagram , no twitter  também estão as redes sociais aqui da rádio sintonia e grande parte desse público também acessam através dos aplicativos. Na rádio, pra fazer essa difusão, a gente tem o site, do próprio site a gente consegue fazer a pessoa ouvir a rádio ao vivo, e também faz a divulgação através de  duas formas de aplicativo pra smartfone. Então a pessoa consegue em qualquer lugar do Brasil ou fora acessar  a rádio, isso que tem ajudado bastante a manter nosso trabalho, a conseguir patrocinadores e apoiadores pra rádio por que por ela ser regional, ela não pega um público muito  grande.

O nosso maior público através da  internet, que facilita muito o nosso trabalho. A gente ao vivo aqui consegue receber mensagens dos ouvintes ou de quem está nos assistindo pelo facebook, principalmente pelo facebook mas também pelo whatsApp, as pessoas mandam áudios pedindo música, mandam áudios participando da conversa, a gente coloca também as pessoas pelo telefone ao vivo, dando informações, dando contribuição dentro das entrevistas e isso facilita muito o nosso trabalho de divulgação, divulgação também não só das lives  que a gente faz aqui na rádio mas também dos informativos, das news, a gente sempre encaminha por email, as nossas propagandas incentivando o pessoal a escutar o nosso trabalho, a conhecer o  nosso programa, a participar com a gente ao vivo.

A rádio, por ser uma rádio comunitária, ela não tem fins lucrativos, então todos os locutores que trabalham precisam ir atrás de patrocinadores. Essa forma de patrocínio e boca a boca mesmo. Vamos até o local, deixamos  número de contato, o whatsApp, mostramos  a rede social da rádio para conseguir captar novos clientes. Ao mesmo tempo em que a gente precisa de novos patrocinadores para anunciar na rádio, nós também, precisamos divulgar cada vez mais a rádio por ser como eu falei, ainda comunitária. Pra isso, como e uma rádio pequena ainda, precisa de muito apoio dos próprios locutores, e um trabalho voluntário. A gente vem aqui, faz as programações, traz as noticias e a gente correndo atrás de patrocínio a gente precisa fazer, no meu caso eu mesmo faço minhas artes gráficas, faço os cartões de visitas, faço os flyers de anúncio pra divulgar e pra trazer mais ouvintes e mais pessoas assistindo, por que a gente não tem apenas o ouvinte, a gente tem àquelas pessoas que estão nos assistindo através de vídeo, pela live. Isso e muito importante, essa convergência de mídia, tanto áudio, tanto visual, ou através da escrita também, e importante pra enriquecer o nosso trabalho, pra nos aproximar das pessoas que participam, que nos assistem, nos ouvem  de qualquer lugar do Brasil.

A convergência de mídia tem possibilitado muito a nossa divulgação, pessoas de fora do Brasil, tivemos pessoas em Portugal, pessoas na Itália sempre mandando recado pra gente, sempre ouvindo dizendo “ olha, estamos ouvindo vocês daqui”, mandam foto, vídeo então isso tem facilitado muito pra estreitar os laços e ainda fazer crescer o trabalho do apresentador e locutor de rádio. Antigamente a gente via o radialista, a gente ouvia o radialista e não sabia quem era a pessoa. Inclusive, hoje em dia há situações que as pessoas quando escutam rádio, até acreditam que tem muitas pessoas La dentro, quando muitas vezes são personagens que o próprio locutor cria, então indo de cara a tapa e mostrando o rosto nas redes sociais , mostrando os nossos vídeos as pessoas vão se inteirando mais do assunto, elas vão se aproximando mais do locutor, e isso pra gente enriquece o trabalho do radialista e do jornalista.

Adaptação do meio analógico para os novos meios digitais, e sua relação com a ética


Rafael D’Oliveira, jornalista do BHAZ, formado pela faculdade Estácio de Sá. Atua na área de jornalismo político. Na entrevista, Rafael nos conta como foi sua adaptação do meio analógico para os novos meios digitais, e sua relação com a ética.
Até que ponto você acha que vai a ética jornalística ao transformar nossas produções em produtos midiáticos?
O primeiro tópico do nosso trabalho é a ética, é a apuração, porque não adianta você publicar uma matéria rápido sem ter apuração básica, então, tem que ter a ética. Em relação ao produto, eu acho que a informação sempre foi produto, ela nunca deixou de ser produto, ela sempre foi um produto. A questão é como você lida com esse produto, você pode vender um produto de qualidade, bem apurado, com rapidez e agilidade, e pode vender um produto ruim...”
De que modo você vê o jornalismo antes das novas plataformas digitais, como o facebook, twitter e Instagram? Pode se dizer que o jornalista se importava mais com a ética e sua responsabilidade social sendo que com as redes sociais houve um grande aumento de fake news e notícias tendenciosas?
Existem veículos que surgiram com esse jornalismo digital, que fazem de maneira porca, mas também tem muita qualidade, a gente não pode pensar que o meio digital é um problema. Na verdade… é um novo meio, e as pessoas precisam se acostumar com isso. A cibercultura não vai voltar para trás, vocês não vão deixar de usar celular, não vão deixar de acessar a internet, é daqui para a frente agora, a gente tem que pensar modelos para o futuro, então, a ética tem que estar em primeiro lugar sempre. 
A desobrigação do diploma pode contribuir para a falta de ética?
Eu acho que o papel do jornalismo é importante nesse problema que a gente tem de entender o jornalismo, principalmente na cabeça da população em entender o jornalismo. Hoje em dia vemos muito jornalismo ao vivo e direto com o público, compartilhando, criticando, comentando, então às vezes vemos um pouco de dificuldade do público de entender como funciona um processo de produção jornalística, quais são os critérios que tornam o fato notícia e que não torna. Em algum momento, o jornalista vai deixar de explicar o que está acontecendo, de noticiar um fato, e vamos passar a ser professores da sociedade. Deixar de entender o que faz um jornalista faz com que as pessoas deixem de entender o que é o jornalismo.

Colunista do O Tempo conta sua visão sobre o papel dos jornalistas nas redes sociais


Para Raimundo Couto, tudo nos dias atuais ocorre em tempo real, então é necessário para o jornalista transmitir a notícia de forma rápida e que não traga Fake News

Entrevista: Sarah Rocha
Editor: Leonardo Luti


Foto: Divulgação / O Tempo.

Factual conversou com Raimundo Couto, jornalista da sessão veículos há mais de 20 anos do jornal O Tempo, de Belo Horizonte, sobre o pensamento dele de como é o posicionamento dos jornalistas nas redes sociais e quais são suas opiniões sobre a exposição diária de informações que as novas tecnologias trazem:

Factual - Como o jornalismo deve-se adequar às novas plataformas e linguagens sem que elas tornem um conteúdo repetitivo?

Raimundo Acho que a questão aqui é você falar basicamente de audiência, cada audiência requer um tipo de abordagem e um estilo de informação, então a plataforma da internet você tem que dialogar de um jeito, o jornal de um jeito, a televisão de outro jeito, youtube de um jeito, rede social de um jeito… acho que, basicamente, adequação do conteúdo ao estilo daquela plataforma.

Factual – Como você vê a convergência de mídia influenciando a maneira que as pessoas consomem informação hoje em dia?

Raimundo Acho que essa questão da convergência remete à questão anterior e para que não fique repetitivo… a mesma informação tem que ser passada de uma forma personalizada em cada plataforma porque senão você fica aquela coisa do tipo já ouvi essa mesma notícia no rádio e agora na televisão. Dependendo a televisão é uma coisa mais analítica, na internet é uma coisa mais factual, na revista é coisa mais contextualizada, e no youtube e rede sociais uma coisa mais ilustrativa.

Factual - Como ele e o trabalho dele é afetado tanto positivamente, quanto negativamente por este fenômeno?

Raimundo Fica mais trabalhoso, hoje em dia tendo em vista que os públicos são em nichos, não adianta você fazer o que as assessorias antes faziam, que era pegar um release e mandar pra todos os meios de comunicação como se isso fosse resolver o assunto e não, hoje a gente tem mais trabalho pra adaptar a informação a essas plataformas. Isso é positivo no sentido que ficou mais rico, você acaba investindo mais na história e as vezes ampliando a pauta, mas é mais trabalhoso e como as equipes estão menores você se vê trabalhando mais. A mesma informação você tem que adaptar a todos os meios.

Factual - Como o profissional vê o lado bom e o lado ruim do impacto que as novas tecnologias têm sobre as ações das pessoas no cotidiano?

Raimundo - Hoje em dia tudo é em tempo real, então ao mesmo tempo que você consegue mobilizar as pessoas de forma muito mais rápida, uma notícia hoje repercute em rede de forma imediata, ao mesmo tempo é espaço pra Fake News, porque você não tem tempo de checar essas coisas. Então, ao mesmo tempo que a informação ficou mais acessível, ela também está mais perigosa por questão da Fake News.

Factual - E como a empresa deve agir diante destas percepções de ações ruins ou boas?

Raimundo Acho que aí é a questão de ética, você tem a questão de compliance, manual de conduta, que a área corporativa deve ter e você trabalhar com profissionais sérios que não se deixem levar pela facilidade de conseguir as coisas. Você tem que olhar as questões éticas e morais, hoje o jornalista tem que cada vez mais ficar atento, porque como a notícia vem de todos os lados, você tem que cada vez mais apurar esse tipo de notícia para que a imprensa não deixe de ser um sinônimo de credibilidade, então aonde você checar essa notícia acaba sendo fundamental pra você saber se vale a pena ou não ter acesso a essa informação. Acho que as empresas têm cada vez mais responsabilidade em relação à credibilidade junto ao leitor.

quarta-feira

Em entrevista, jornalista brasileiro fala sobre as influências tecnológicas na profissão


Leonardo Dias reside em Lisboa desde 2017


Jornalista há 10 anos, Leonardo Dias já passou por importantes veículos brasileiros, como o jornal Aqui, o Estado de Minas e o Portal R7. Em Lisboa (Portugal) desde 2017, atuando na área de marketing digital, como consultor e gestor de páginas, o comunicador conversou com o @jornalistou1 sobre inovações tecnológicas e como elas se verificam no território europeu.

De uma época em que o jornalismo fazia uma transição do analógico para as mídias digitais, Leonardo observa que muita coisa mudou nesse período e que, especialmente em Lisboa, tais mudanças foram drásticas. No entanto, ele também destaca que “em Portugal, a questão do uso das novas tecnologias agregadas ao jornalismo não é tão intensa como é no Brasil hoje. Não é estranho também que você veja grandes programas, grandes veículos que sequer tem interação com seu público via redes sociais”.

Leonardo acredita que as novas tecnologias têm um papel muito importante no jornalismo atual, mas isso se forem usadas com sabedoria. Para ele, a facilidade de acompanhar as notícias em tempo real, hoje, é muito maior do que há 10, 15 ou 20 anos atrás. “Eu vejo que as mídias sociais, as grandes redes, têm uma influência muito grande no público, o que de certa forma é bom por você aumentar o leque de informações que pode chegar às pessoas”, completa.

Segundo o comunicador, notícias falsas são grandes impasses na era digital e o comprometimento com a verdade está se esvaindo. Ele ressalta que apesar de as inovações abrirem um leque de possibilidades no que diz respeito a entrega de um conteúdo mais equilibrado e completo, o poder e a autonomia que elas dão ao público faz que com que surjam notícias inverídicas com conteúdo oportunista e aproveitador. 

“A essência do jornalismo é o comprometimento com a verdade, o comprometimento com o bem público. Então eu acho que quando a gente começa a desvirtuar isso de forma a criar uma polêmica ou defender um interesse que não é o interesse comum, as coisas começam a desandar. Porque hoje em dia o que nós vemos é uma caça aos cliques muito maior do que uma caça à verdade”, realça.


Que saber um pouco mais da visão de Leonardo Dias sobre quais passos o jornalismo deve seguir nessa era de inovações tecnológicas? Assista à entrevista completa que ele concedeu ao Jornalista Convergente. É só clicar no link abaixo:


segunda-feira

"Dicas de jornalismo’’: estudantes conversam com referências para sanar dúvidas sobre a profissão


Alunos entrevistam Alexandre Simões, que fala sobre redes sociais, escrita e enfatiza importância da leitura


Flávio Tavares/Hoje em Dia

Quem nunca teve dúvidas sobre como entrar no mercado de trabalho ou sobre o que é preciso ter para conseguir um estágio na área escolhida? Essa dúvida levou alunos do 5º período de Jornalismo, da faculdade UniBH, em Belo Horizonte, a irem atrás de nomes importantes da área para entender um pouco mais sobre as necessidades da profissão.

Entre os entrevistados, Alexandre Simões, editor chefe do Jornal Hoje em Dia e do Portal HD, colaborador nos programas ‘’Bola premiada’’ e “Grande Resenha”, da rádio Itatiaia. Na carreira, Simões esteve presente em cinco Copas do Mundo e é autor de sete livros sobre futebol, entre eles: ‘’Mineirão”, “50 jogos - 50 craques”, “Rei de Copas”, “Almanaque da Seleção” e “Mineirão 40 anos - paixão e emoção”.

O jornalista foi questionado com a seguinte pergunta: ‘’Quais habilidades um recém formado em jornalismo precisa ter para ingressar no mercado de trabalho?”
Para Alexandre, os desafios não são poucos. Simões destaca a escrita como um dos carros chefes para o estudante conseguir alcançar o mercado de trabalho com êxito e enfatiza a necessidade da leitura no processo de construção do profissional.

-  As habilidades ou os desafios de quem pretende entrar no mercado de trabalho, não são poucos. O conselho maior que posso dar é: um texto bacana, bem elaborado. Fruto, principalmente, de muita leitura. Quem lê muito, escreve bem, essa regra é claríssima.


Reprodução/ Colégio Neusa Rocha


Além da questão textual, como grande quesito para embarcar na vida profissional, Alexandre fala sobre a familiaridade com as redes sociais. A convergência do jornalismo para as novas tecnologias, obriga o profissional a se adaptar.

“Outra coisa muito importante, logicamente, é ter familiaridade, ter facilidade, com as redes sociais, cada vez mais exigidas no jornalismo.”

- Hoje em dia é praticamente impossível se entrar numa redação, seja de rádio, de jornal, de televisão, sem ter familiaridade com as redes sociais.

Por fim, o jornalista fala sobre a principal característica do jornalista: a comunicação. Simões deixa clara a importância da comunicação e do aprendizado.

- O poder de comunicação, querer aprender. Isso tudo é muito importante.